Hoje eu resolvi escrever com o coração escancarado, sem filtro, sem medo, sem corrigir os erros de português ou as confusões de tempo — passado, presente e futuro todos embolados, do jeito que muitas vezes a cabeça da gente fica. Porque é assim que eu sou: bagunçado, imperfeito, cheio de falhas… mas real. E sendo esse o meu blog, minha casa virtual, não tem como ser diferente. Aqui quem fala é o Bruno. O Bruno inteiro, com cicatrizes, sonhos, espasmos, planos e noites maldormidas.
Sabe, de vez em quando eu me pergunto: quem sou eu pra querer ajudar os outros a organizarem a vida financeira, se a minha própria vida financeira vive tropeçando nos buracos do caminho? Quem sou eu pra dar conselhos, se vivo fazendo vaquinha pra tentar realizar um simples sonho: comemorar meu aniversário de 38 anos com uma viagem que signifique algo pra minha história?
Sim, criei uma vaquinha de aniversário. É isso. Pode até parecer pequeno pra quem tem tudo. Mas pra mim, é muito. É um recomeço. É um grito de liberdade. E por mais que 99% das minhas vaquinhas terminem no zero, eu continuo tentando. Porque sonhar, mesmo quando tudo parece impossível, ainda é uma forma de respirar.
Já fiz vaquinha pra tentar conseguir uma casa no interior. Sonho com um cantinho só meu, em uma cidade mais plana, onde a cadeira de rodas — que, mais cedo ou mais tarde, vai me acompanhar todos os dias — não seja um castigo, mas uma aliada. Eu não quero luxo, quero dignidade. Quero conseguir sair na rua sem medo de cair, sem precisar pedir ajuda pra cada degrau.
Mas aí eu paro e penso: quem sou eu pra querer ser palestrante motivacional, se tem dia que eu mesmo não acredito em mim? Se tem madrugada em que eu abraço a almofada como se fosse um amigo e choro baixinho, com medo de acordar quem dorme na casa? Tem dias que o peso é tanto que até respirar parece um esforço. E mesmo assim, continuo aqui, escrevendo. Falando com você. Me abrindo. Porque apesar de tudo, eu ainda acredito em algo maior.
Desde pequeno, me cobro demais. Sempre fui assim. Talvez por causa da deficiência, talvez por causa das dores invisíveis que só quem sente entende. Eu me coloco metas, me julgo, me exijo. Às vezes até demais. Me pergunto se sou suficiente, se tô no caminho certo, se ainda dá tempo de virar esse jogo. Mas no fundo, lá no fundinho, tem uma voz que me lembra quem eu sou de verdade.
Eu sou Bruno. Um cara que nunca teve tudo fácil, mas sempre correu atrás. Que já tropeçou muito, caiu feio, mas também levantou com mais força. Um cara que ama escrever, ama inspirar, ama cuidar. Que carrega no peito o peso da própria história, mas também a esperança de poder deixar uma marca bonita no mundo.
E não, eu não sou perfeito. Nunca fui. Já errei, já me perdi, já me afundei em tristeza. Mas também já fui luz na vida de muita gente. Já abracei com palavras quem tava desmoronando por dentro. Já fui colo, mesmo com o coração em pedaços. Porque amar e servir é o que me move.
Então, se você chegou até aqui, te agradeço de coração. Obrigado por me ler, por me enxergar, por me acolher com as minhas imperfeições. Essa vaquinha que fiz pro meu aniversário não é só sobre uma viagem. É sobre um recomeço. É sobre dizer pra mim mesmo que ainda posso. Que ainda mereço. Que ainda vale a pena tentar.
Nos próximos textos, vou contar mais de mim. Mais da minha luta, das minhas dores, dos meus sonhos e dos planos que tenho pra mim e pra quem mais quiser caminhar comigo.
Mas hoje… hoje eu só queria dizer: eu tô aqui. Vivo, falho, mas com fé. E enquanto tiver um pouquinho de força, vou seguir tentando. Porque é isso que sei fazer: resistir, recomeçar, e — principalmente — continuar amando a vida, do jeitinho que ela é.